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terça-feira, 29 de julho de 2014

SAMMIS REACHERS - AMIGO ÍNTIMO, UM POETA CHEGADO


Na ultima semana de Julho de 2013, a cidade do Rio de Janeiro recebia jovens do mundo inteiro. A juventude planetária viera ao Brasil para a 28º Jornada Mundial da Juventude, onde a grande atração era, sem dúvida alguma, um argentino recém-eleito Papa da Igreja Católica Romana, Francisco I.
Sammis e eu, olhando o túmulo de Drummond
Em um destes dias da semana na Jornada Mundial da Juventude, eu; na companhia de outro jovem poeta, Sammis Reachers, nos encontrávamos dentro do cemitério São João Batista, debaixo de um pequeno chuvisco, procurando o túmulo de Carlos Drummond de Andrade, o maior poeta brasileiro do século passado. Este enorme cemitério, lotado palmo a palmo de catacumbas, formando muitas ruelas e labirintos, faz com quer qualquer pessoa pene na busca dos mortos. Assim, com quase quarenta minutos de procura pelo túmulo de Drummond, crescia em mim grande apreensão; como medo que o chuvisco aumentasse, e que Sammis Richard se aborrecesse; fazendo com quer nosso primeiro encontro se tonasse algo desastoso. Embora meses antes ele concordasse em visitar comigo o mausauléo de Drummond, não sabia o tamanho de sua paciência no descer e subir escadas, percorrendo labirintos entre defuntos, debaixo de um chuvisco. Na apreensão da busca, se um coveiro  não tivesse aparecido na solidão macabra do lugar, não teríamos conseguido encontrar o túmulo, feito de lápide simples e mármore preto, escrito em cima família Drummond. Após ter limpado o mesmo com vassoura e um pano molhado; ter entregado um buquê de flores naturais (feita por Sammis e eu com flores plantadas no próprio cemitério, no qual acho que Drummond gostou), e o tirar de fotos; declamações de vários poemas do poeta visitado; soube enfim que Sammis não era um amigo passageiro, porém um companheiro pra vida toda.
   Minha amizade com o poeta Sammis Reachers aconteceu através da internet, e cresceu socialmente via celular e facebook, um tipo moderno de relacionalmente primeiro para mim. Durante dois anos de falas, risos e debates virtuais, uma amizade forte gerou entre nós dois, mesmo longes milhares de quilômetros e sem contato físico e sensorial, preciso. E isso nos fez marcamos um encontro pela primeira vez.
   Este meu amigo é um dos mais talentosos, profícuo e generoso poeta brasileiro da atual geração. Autor de seis antologias poética  pessoal e de mais de dez antologias com objetivos sociais e missiologico.  Nós dois carregamos muitas coisas em comum: somos poetas com personalidades sensibilíssimas; idade igual; militância pela popularização do verbo poético na sociedade cristã; promotores e pensantes da Missio Dei; e protestantes por opção. A única diferença latente entre nós dois n’aquele momento era que  estava esperançoso  para ver um papa pela primeira vez, e ele queria longa distância do pontífice católico. Sammis repugna a tradição Católica e o ecumenismo entre os segmentos históricos da cristandade; e eu, bem, eu desde criança lia e estudava sobre papas e queria muito ver e ouvir um ao vivo.
  Pode parecer entranho duas pessoas amigas por meios tecnológicos marcarem o primeiro encontro num cemitério. Mas, a razão era que visitaríamos o túmulo de um dos gênios da literatura mundial, um dos nossos ícones. E quando isso foi combinado por minha sugestão, Sammis já planejava ir num cemitério fotografar túmulos para ilustrar um livro de contos. Por esse e demais desejos sincrônicos, sabemos que nossas almas estão hoje fortemente interligadas.       

   Então, defronte uma banca de flores e do famoso cemitério brasileiro, meu amigo vestindo jaqueta marrom e camisa vermelha, um pouco gordo, apareceu num dos cantos de rua do bairro São João Batista. Pelas fotos e trajes já comunicados, sabíamos quem éramos. Aceno com a mão, enquanto ele passa a rua, vindo ao meu encontro. Houve o aperto de mãos e o primeiro abraço.
  - Sammis Reachers, falei.
  - Francisco, meu irmão, ele respondeu.
   A emoção do primeiro encontro; do primeiro abraço com alguém que se ama sempre marca. É sempre lembrada. E neste dia, além da emocionante visita ao túmulo de Drummond, visitemos no percurso os túmulos de Cecília Meireles (que eu já conhecia), Alberto Santos Drummond, Cazuza e Tom Jobim. Entre pose de fotos, gritos e falas no cemitério, discutimos sobre livros, poesia; nossa fé em Cristo, teologia, o papa Francisco. Ali entre mortos ilustres e desconhecidos, nos completávamos na consolidação de uma amizade verdadeira. Éramos partes um do outro, cuja poesia e Cristo unificavam com força motriz.
    Durante os dois dias que ainda permaneci no Rio de Janeiro, nos turnos livres do serviço de Sammis, percorremos o centro histórico da cidade maravilhosa; visitemos museus; atravessemos a baía de Guanabara de barca; fomos as cidades de Niterói e São Gonçalo. Bebemos vinho. Caminhemos pela Lagoa Rodrigues de Freitas e pelo calçadão de Copacabana, até encontramos e fotografarmos a famosa estátua de Drummond sentada, onde Sammis quase via o Papa Francisco.
    Ainda hoje, em qualquer canto do país onde estou, Sammis e eu continuamos em constantes diálogos via celular e redes sociais, ora discutindo nossas ideias literárias; ora  livros que trabalhamos e pedindo oração um pelo outro. Ele me aproxima mais de Deus; como da beleza da vida e da poesia. É um amigo que me motiva a seguir meus objetivos em prol da humanidade, dos índios, do meio ambiente, das artes. Embora nossos círculos de amizades sejam grandes, tanto ele como eu já reconhecemos que nossa amizade tem laços e peculiaridades distinta e bastante intimista. Coisa que cultivamos, gostamos e que nos trazem bastantes felicidades.

Lápide do Túmulo de Carlos  Drummod de Andrade


Sammis, pose entre anjos e túmulos

Nós no túmulo de Cecília Meireles



Pose com a famosa estatual de Drummond em Copacabana

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